JANELA PARA O DIA
Algo sonoro me acena
e todo meu corpo se eriça
quando ao fundo do horizonte
severo me olhas severo
como um deus ofendido.
e todo meu corpo se eriça
quando ao fundo do horizonte
severo me olhas severo
como um deus ofendido.
Algo mais do que minhas heranças
familiares levanta-se
do verde gramado de sonhos
onde pastam meus ontens.
Mais me alveja o silêncio
em livre descobrimento.
familiares levanta-se
do verde gramado de sonhos
onde pastam meus ontens.
Mais me alveja o silêncio
em livre descobrimento.
Sou todo uma selva de hábitos
e nada sei que outros lábios
já não tenham dito ou tentado.
No aglomerado dos dias
me detenho objeto de assalto.
Ponho as mãos sobre meu rosto
cego para a verdade que está
no chão debaixo de meus olhos.
e nada sei que outros lábios
já não tenham dito ou tentado.
No aglomerado dos dias
me detenho objeto de assalto.
Ponho as mãos sobre meu rosto
cego para a verdade que está
no chão debaixo de meus olhos.
Não aos céus. Não às águas.
Não à terra impossuída. Ao
sangue só ao homem
debito o que tarda.
Não à terra impossuída. Ao
sangue só ao homem
debito o que tarda.
E me guardo inconverso
ao poder do desconhecido:
não há magia em saber-se
passado e futuro nem.
ao poder do desconhecido:
não há magia em saber-se
passado e futuro nem.
MATTOS, Florisvaldo. Sonetos elementares: uma antologia. Ilustrações de Fernando Oberlaender. Salvador: EPP Publicações e Publicidade, 2012. 94 p. ilus. Orelha escrita por Myriam Fraga. Inclui foto do autor, por Márzia Lima. ISBN 978-85-98866-33-9 Carmurê Publicações – apoio Banco Capital. Tiragem 1000 exs. Col. A.M.
O que vocês entenderam do texto? O que vocês sentiram quando leram este poema? Por que prefiram este e não outros? etc.
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